Não é fácil encontrar, nos dias de hoje, uma história tão genuína de sucesso quanto à do Creed, considerando o aparecimento e desaparecimento de bandas tão rapidamente. Se há alguma banda que teve sua ascensão devido aos seus méritos, essa banda é o Creed. Porém a vida dos integrantes não foi tão simples no começo.

Scott Stapp, o líder da banda é de uma família religiosa, e por ser amante do rock sempre sofreu

Inicialmente a banda foi criada por Scott Stapp e Mark Tremonti, depois entrou Brian Marshall que tocava contra-baixo e Scott Phillips na bateria, havia ainda um quinto integrante era Brian Brazier, que deixou a banda quando se mudou para Atlanta, Geórgia.

A banda foi criada na Flórida, e saiu do nada para o topo (para ser mais preciso do "zero" para 30 milhões de cópias vendidas), em virtude de uma combinação de canções escritas de próprio punho e performances ao vivo de tirar o fôlego.

Mas antes de explodirem, gravaram 'My Own Prison' por um selo independente (1997), e a gravação custou por volta de $6.000, dinheiro que acumularam fazendo shows pela região.
John Kurzweg foi quem produziu a música e em 2 meses foram vendidas em Tallahassee 30.000 cópias, após isso assinaram um contrato com a Wind-Up Records, regravaram 'My Own Prison', e em agosto de 1997 foi relançado.
'My Own Prison ' foi a primeira música a atingir o primeiro lugar nas paradas, logo após foi 'Torn', 'What's This Life For ' e 'One' isso fez da banda ser a primeira a colocar 4 singles do primeiro álbum no topo da parada da Billboard e em paradas como na Rock Radio Singles, e em menos de um ano a banda ganhou 3 discos de platina.

Um pouco deste sucesso dar-se-á em virtude da influência religiosa resultando em letras com conteúdo espiritual fortíssimo, além de refletirem algum sentimento ou algo vivido por eles, 'What's This Life For', por exemplo, foi composta porque dois amigos de Mark e Stapp suicidaram-se. As letras como as músicas são únicas, antes a banda havia mostrado as músicas para várias outras gravadoras que rejeitaram este chamado 'som ultrapassado', na época investiam em música eletrônica até que a gravadora Wind-Up acreditou neles, e tiveram um ótimo retorno.

O Creed apareceu até o final do ano em incontáveis paradas de sucesso, e foi reconhecido como Melhor Artista de Rock (1998) pela Billboard's Awards.
O álbum de estréia da banda também era número #1 de vendas na SoundScan's Hard Music e contabilizou mais de 5 milhões de cópias vendidas. Depois de concluído o trabalho a LAZER#103, de Milwaukee, foi a primeira rádio a tocar o Creed, depois todas as outras rádios começaram tocar o som deles. Tanto que nos agradecimentos especiais no álbum 'My Own Prison', eles agradecem a LAZER#103 pelo apoio.

Musicalmente, 'My Own Prison' é muito mais pesado, de fato, soando mais como Alice in Chains (sendo um pouco mais pop e um pouco menos grunge) do que com Seven Mary Three e MatchBox 20. Em relação às letras, também é como AIC no aspecto de ser negro e introspectivo. Mas diferentemente da cena de Seatle, há um raio de esperança.
"Eu acho que é como nós somos. Apesar de tudo de ruim que já passamos em nossas vidas, nós vimos a luz no fim do túnel, nunca deixamos a esperança de lado e sabíamos que havia um jeito de sair de onde estávamos", declara Tremonti. "Talvez tudo isso passe, não era nada intencional, apenas fluiu naturalmente." Em quase todas as 10 músicas de My Own Prison há uma referência religiosa, espiritual ou um questionamento sobre convicções. "Há tantas coisas que nós tratamos nesse CD, questões governamentais, raciais, dúvidas próprias, auto-piedade, raiva e amargura", diz Stapp, "Mas a religião tem sido bastante enfocada porque eu uso uma imagem religiosa nas minhas letras. É como eu aprendi a escrever! Eu tinha que ir à igreja três vezes por semana, ler e escrever sobre a Bíblia e isso influenciou muito o modo que eu tinha desenvolvido para escrever, escrevendo Provérbios três ou quatro vezes.", diz Stapp.

"As pessoas estão confundindo as coisas, achando que somos uma banda religiosa, mas nós não somos, é somente o que eu estava passando naquele momento. Eu estava me questionando, lidando com certos assuntos e indo contra todas as convicções que tinham me ensinado durante toda minha vida. É difícil para as pessoas entenderem isso porque elas são usadas estando sujeitas a religiões ou denominações. Eu não tinha sido sujeitado àquilo, eu tinha nascido naquilo. Eu não tive nenhuma escolha, e quando eu tive não pude fazê-la, então eu saí de casa. Minha vida inteira é sobre como ter aquela liberdade de escolha, e não tendo as coisas forçadas à mim. Então isso é como todos nós somos. Mas, senhores pais, estamos felizes em anunciar que não existe nenhum rótulo advertindo e deteriorando My Own Prison, o que agrada muito Stapp quando ele se lembra da sua infância.
'Eu não podia escutar rock quando era garoto, como existem jovens que não podem ouvir em suas casas. Hoje alguns podem porque seus pais acham que Creed é uma banda religiosa!'

O vocalista continua: 'É surpreendente pra mim como as coisas acontecem. Há ateus e cristãos que amam nosso trabalho. Isso é legal porque é como se atravessássemos um buraco, talvez os ateus possam aprender alguma coisa com essas pessoas e talvez os cristãos possam aprender alguma coisa dessas pessoas." Stapp sorri e conclui: "E existem pessoas que nem ligam pra religião, apenas gostam do nosso som porque ele detona!"
Por isso não surpreende que tanta demanda tem empurrado a banda para o topo das paradas, mas de acordo com eles mesmo a banda ainda é um 'bebe'.

Quando saiu o segundo álbum do Creed intitulado de 'Human Clay', eles vão para o topo das parada novamente com 'Higher'.
O primeiro single já saiu com 10 vezes disco de platina, e fica durante semanas sucessivas como número #1 nas paradas.
'Nós somos o tipo de banda que funciona realmente bem sob pressão, e definitivamente havia uma pressão' diz Stapp.
'Não tanto para quantidade que vendemos, porque realmente esta não é nossa preocupação. Nós queríamos mesmo é fazer um grande trabalho. A meta do single sempre foi fazer que as coisas tenham começo meio e fim, e com isso consigamos registrar uma gama inteira de emoções'.

E esses sentimentos vem em voz alta e clara durante trechos de 'Human Clay'. Em 'What If', Stapp fica feroz cantando diretamente para aquelas pessoas que ele sente que o julgaram incorretamente durante anos. A intensidade entra de forma sutil, como num tom melancólico do primeiro álbum, mas em 'Higher' Stapp busca refúgio do mundo para deixar seu recado.

Ao longo do álbum 'Human Clay', a banda explora territórios sonoros diferentes nas faixas 'Are You Ready?' e a balada 'Wash Away Those Years'.
Em 'Human Clay',a banda juntou-se mais uma vez ao seu amigo e produtor de longa data John Kurzweg para que fosse capturado toda a essência dos violões e dos poderosos e dramáticos vocais de Stapp, com letras que soam fortes e intimas ao mesmo tempo. Para se obter este resultado a banda ficou numa casa construída especialmente para ser o estúdio da gravação, onde ficaram a banda e Kurzweg por dois anos, para realizarem o álbum.

Em 'Human Clay', Stapp contempla como responsabilidade, as escolhas e ações das pessoas. As canções do álbum exploram os medos de crescer e deixar um vazio na adolescência ('Never Die'), na consciência ('Faceless Man') e traição ('Beautiful') entre várias outras músicas.

A banda desafia seus ouvintes e fãs a pensar sem fingir ter todas as respostas. Equilibrando entre o rock e a sensibilidade de 'Human Clay', a faixa 'With Arms Wide Open' uma canção profundamente pessoal para Stapp, pois ele escreveu quando soube que iria ser tornar pai.
De diversas formas, o Creed tem evoluído gradualmente desde que a banda se lançou em 1997.

A reputação a banda vinha crescendo por ter performances dinâmicas e espetaculares 'Ao Vivo'. Durante os 2 últimos anos a banda conquistou mais de 2 milhões de fãs nos shows, inclusive a enorme multidão que testemunhou o desempenho deles no Woodstock '99.
A banda deu para os fãs um presente especial, quem se lembra do festival quando eles convidaram Robby Krieger, o guitarrista do 'The Doors', para participar da performance durante o show. Quando Stapp apresentou Krieger, a multidão de aproximadamente 200.000 pessoas explodiu em alegria por ver um The Doors interpretando junto da banda 'Roadhouse Blues' e 'Riders On The Storm'. Krieger também tocou violão na faixa 'What's This Life For'.

Enquanto álbum ficava durante 18 semanas nas paradas, o Creed foi mais uma vez reconhecido como Melhor Artista de Rock (1999) pela Billboard's Awards. Nós ficamos fora por muito tempo em turnê, e onde quer que vamos sempre, há pessoas que me falam o quanto certas canções significam ou significaram para elas, e com isso eu fico mais próximo deles e eles de mim' diz Stapp.

'Isto tem grande valor para mim, mais que qualquer outro tipo de coisa. É importante sentir que, o que você faz vale a pena, e nesta banda eu sinto que vale.' Stapp.

No final do ano passado depois dos atentados de 11 de setembro, a banda lança o álbum 'Weathered', que fica no topo das paradas por 8 semanas quebrando recordes, lançam os singles 'My Sacrifice', 'Bullets' , e agora acabaram de lançar 'One Last Breath' e 'Don't Stop Dancing', já anunciaram que o próximo será 'Weathered'. Este novo Cd está na lista da Billboard desde do lançamento entre os mais vendidos.

'Com My Own Prison, soubemos que tínhamos talento e conseguimos que esta canção fosse bem executada pelas rádios, mas nunca tive expectativas de alcançar tantas pessoas', disse o líder do Creed, Scott Stapp.

Em 2000, a presença do Creed na televisão e seu impacto no fim de ano devido aos seus prêmios era inegável. A banda lançou seu 'VH1 Behind The Music Special', gravou e lançou 'VH1's Storytellers' com o The Doors e ganhou numerosos prêmios. Em Novembro, Creed recebeu mais dois prêmios no 'Radio Music Awards' e os fãs deram mais quatro prêmios no 'My VH1 Awards'. Também receberam o prêmio de 'Melhor Artista do Ano' pela terceira vez consecutiva, no Billboard Awards em Dezembro. O time de compositores Mark Tremonti e Scott Stapp ganharam também o 'Grammy Award' pela música 'With Arms Wide Open', que foi feita quando Stapp ia ser pai.

A banda também ajuda a ONG "With Arms Wide Open', que procuram ajudar crianças carentes e depois devolvê-las a sociedade que tanto ajudou o Creed.